quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Novo recuo: Marina imita Dilma e Aécio ao defender impunidade de torturador

Por Mário Magalhães

A “nova política'' da candidata Marina Silva (PSB) perdeu ainda mais o viço com seu pronunciamento a favor da impunidade de agentes do Estado que torturaram, assassinaram e sumiram com corpos de opositores durante a ditadura que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.
A mudança da opinião histórica de Marina contra a anistia aos violadores dos direitos humanos se tornou pública em entrevista da ex-senadora ao G1 (assista aqui).
“Defende a revisão da Lei de Anistia?'', indagaram-lhe. Ela respondeu: “Não''.
Em novembro de 2008, Marina havia publicado na “Folha'' um artigo defendendo opinião oposta (aqui): “A tortura é crime hediondo, não é ato político nem contingência histórica. Não lhe cabe o manto da Lei de Anistia. À justiça aqueles que, por decisão individual e intransferível, utilizaram esse instrumento torpe. Seu ajuste de contas não pode se limitar ao contencioso direto com suas vítimas. Somos todos atingidos duplamente, em nossa humanidade e em nossa cidadania. O Estado, que nos representa, deve agir tendo em conta essa dimensão''.
Foi o repórter Bernardo Mello Franco quem informou sobre mais essa reviravolta de Marina Silva (aqui).
Na sexta-feira, a candidata divulgou seu programa de governo. Um dia depois, mudou passagens relevantes sobre emprego de energia nuclear, casamento de pessoas do mesmo sexo e criminalização da homofobia. Alegou ter havido “falha processual na editoração'' do texto.
Ao pregar que a anistia política de 1979 também ampara criminosos a serviço do Estado, Marina, em vez de se diferenciar entre os mais fortes postulantes à Presidência, adotou a mesma plataforma de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Esgrimindo palavras menos cruas, os três consideram que, ao contrário do que ocorre ainda hoje na Alemanha, Argentina, Camboja e Sérvia, funcionários públicos autores de crimes contra a humanidade merecem ser protegidos pela aberração da impunidade.
Em abril, Dilma, antiga guerrilheira torturada por agentes da ditadura, falou sobre o assunto (aqui).
Aécio teve sua posição registrada aqui.
A opinião do blogueiro sobre anistia e impunidade está aqui.
Desbotada precocemente, a “nova política'' já se parece com a “velha''.

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