quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A falsa imparcialidade do setor midiático dominante

Diferentes abordagens da mídia quanto à reeleição da chanceler alemã e os mandatos de Hugo Chávez 



Trecho do artigo de Alexandre Haubrich, do portal Jornalismo B

Chávez sempre foi tachado – em vida e já morto – de “ditador” por uma parte importante da imprensa brasileira. Uma das razões alegadas para classifica-lo assim era – e é – a “perpetuação no poder”, a “vontade de seguir no poder até morrer”, enfim, os mandatos consecutivos (foram três os mandatos que Chávez acabou exercendo).

Com Merkel, tudo diferente. O tom geral é de exaltação de sua popularidade, o destaque sobre como os alemães veem nela uma “mãe”, a importância de sua liderança. Nada sobre um possível caráter “ditatorial” ou “antidemocrático” em sua terceira eleição consecutiva. Talvez por ser ela uma representante típica da direita, por estar levando à frente políticas de arrocho que esmagam os países e os povos vizinhos, sendo inclusive constantemente comparada com Hitler. Ou a amistosidade pode ser ainda por Merkel ser eleita em um país central do capitalismo, típica nação na qual a ideologia dominante em um país periférico como Brasil manda observar e admirar, enquanto a Venezuela, a América Latina em geral – incluindo o próprio Brasil – são lugares dos quais se deve como norma falar mal, os quais devem ser sempre apresentados como “repúblicas das bananas”, dominadas por “ditadores populistas e corruptos”, muito ao contrário da grande e democrática Alemanha, dos Estados Unidos, etc.
O fundo das críticas, como se vê, não se direciona à forma – dois, três ou dez mandatos – mas ao conteúdo. Governantes progressistas não têm sua legitimidade respeitada nem em seus primeiros mandatos. Quando os eleitos agradam ao ideário dos conglomerados de comunicação, são exaltados e brindados, durem quanto durarem. O mesmo se dá em relação a qualquer setor social e a qualquer fato levado à cobertura jornalística. A superficialidade formal pouco importa aos donos da mídia e ao imaginário das organizações que comandam, desde que o conteúdo os faça mais poderosos econômica, ideológica e politicamente.
FONTEhttp://revistaforum.com.br/blog/2013/09/terceiro-mandato-de-merkel-ditadura/

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