sábado, 18 de agosto de 2012

Manipulação dos meios de comunicação: o caso de Anita Prestes e o escândalo do "Mensalão"

Mídia tenta promover "linchamento" político através da mentira

Por Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro

Não deixe de assinar o MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE A ANITA PRESTES 

Torna-se cada vez mais urgente levar às ruas o debate sobre a democratização do setor de comunicações e sua importância para a consolidação da democracia brasileira. Faz-se necessário lutar pela liberdade de expressão para todos e todas em oposição à ideia de liberdade de expressão como liberdade de imprensa restrita aos grandes conglomerados de comunicação. 

Desde o início do caso do "Mensalão" em 2005, os grandes meios de comunicação, em uma atitude estranha, quando noticiam a respeito do caso colocam as fotos e os nomes completos dos supostos "mensaleiros", com exceção da acusada Anita Leocádia Pereira da Costa, que nunca aparece o sobrenome  nem a foto. Referem-se à acusada apenas por Anita Leocádia. Bem, com o início do julgamento do mensalão, alguns meios de comunicação estão buscando associar o nome da suposta "mensaleira" com Anita Leocádia Prestes, que nada tem com o suposto crime do "Mensalão". O Canal UOL, vinculado ao Grupo Folha de São Paulo, ao falar sobre a Anita Leocádia [Pereira da Costa] como uma dos 38 réus do julgamento do "Mensalão" divulgou a foto da homônima da acusada, a historiadora Anita Prestes, personalidade pública, filha dos revolucionários comunistas  Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes. Na última terça-feira, dia 14/8/2012, a Globo News, canal pertencente à Rede Globo, também cometeu o mesmo "ERRO JORNALÍSTICO". Como pode ser constatado clicando no link abaixo:

 https://dl.dropbox.com/u/58781008/anita.mp4


Fica evidente a tentativa dos grandes conglomerados de comunicação de, aproveitando-se do julgamento do "Mensalão", promover uma espécie de "linchamento político" de Anita Prestes, considerada pela mídia burguesa uma inimiga. Como ficou demonstrado na reportagem "Retrato de família", publicada no jornal O Globo, em 15 de janeiro de 2012, no encarte “Revista O Globo” (no 390, p. 22-26). Na página 22 da referida matéria está escrito o seguinte: A ‘imprensa burguesa’, por exemplo, não passa nem pela portaria do prédio. Esta, ela [Anita Prestes] açoita com cartas desaforadas, sempre em desacordo com as reportagens publicadas” (p. 22).

Valendo-se de sua liberdade de imprensa e da manipulação da opinião pública, os meios de comunicação desenvolveram uma forma sutil de, sem recorrer ao ataque direto, causar danos morais e políticos à figura de Anita Prestes. 

Mas por que Anita Prestes se tornou uma persona non grata dos grandes meios de comunicação e das classes dominantes?

De fato, Anita Prestes é uma personalidade incômoda, uma vez que não captulou diante do inimigo de classe, não se vendeu em troca de cargos políticos, não se utiliza dos nomes de seus pais para ser favorecida diante de interesses menores ou de caráter pessoal. Por exemplo, na ocasião do lançamento do filme Olga, em 2004, a Comissão de Anistia do Ministério da Justica apressou-se em julgar o processo de Anita Prestes, certamente, para tirar proveito político do fato. Porém, Anita não considerou justo receber a indenização de cem mil reais que lhe foi concedida pela Comissão de Anistia, quantia que doou publicamente ao Instituto Nacional do Câncer (INCA). Sobre o ocorrido fez o seguinte pronunciamento em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM:  


"Os que precisam muito recebem pouco e os precisam pouco recebem muito. O que eu tinha solicitado era a contagem do meu tempo de serviço, pois eu fiquei muito tempo sem poder trabalhar por causa da perseguição política. Para mim seria muito desagradável receber esse dinheiro, então eu vou doar para o Instituto do Câncer, que é uma instituição muito séria e sei que vai usá-lo da melhor forma possível.”


Anita Prestes incomoda e, assim como seus pais, tem despertado o ódio dos donos do poder e de numerosos comunistas "arrependidos", que sempre procuraram criar uma história oficial cuja tônica tem sido a falsificação. O combate empreendido por Anita Prestes contra a História Oficial - aquela elaboração histórica que convém aos grupos dominantes na sociedade - é intencional e falsamente difundido como um querer de Anita em ter o monopólio sobre a memória de Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes. Entretanto, como uma historiadora comprometida com as lutas populares, com os interesses dos explorados e dos oprimidos, a sua meta é contribuir para a elaboração de outra história, comprometida não só com a evidência, mas também com o imperativo de construir um futuro de justiça social e liberdade para o povo.



Por se posiocionar publicamente contra o status quo, negando-se a uma neutralidade aparente, sua produção acadêmica, tanto sobre o tenentismo quanto sobre o movimento comunista brasileiro,  é escandalosamente ignorada, um notório caso de desonestidade intelectual por parte dos meios acadêmicos; suas declarações em defesa da memória de seus pais são levianamente transformadas em querer o direito exclusivo de herdeira política deles; a firmeza de suas convicções políticas é maldosamente difundida como incapacidade de compreender as nuanças da política, de que os tempos são outros, de que a solução está na reforma e humanização do capitalismo.






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