quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Até amanhã, camaradas

LANÇAMENTO DA EDITORA EXPRESSÃO POPULAR

TITULO DO LIVRO: Até amanhã, camaradas
ISBN: 9788577431663
AUTOR: Manuel Tiago
Número de Páginas: 511
Editora: Expressão Popular

SINOPSE DO LIVRO
O gráfico geral da ação desenha-se com grande clareza: há uma enchente, uma preia-mar, a vazante e o reagrupamento que precede a maré seguinte. Numa região com algumas unidades fabris de certa importância, com várias oficinas mais dispersas e rodeada de uma zona rural largamente proletarizada, assiste-se à preparação clandestina de uma greve geral e de uma manifestação, ao desenrolar do grande movimento (com o rápido acudir militante a imprevistos e deficiências), à repressão, e por fim à reconstituição dos organismos desfalcados, conseguida em grande parte com homens e mulheres (quase todos jovens) que entretanto se revelaram. Estão em jogo reivindicações salariais, resistências à dizimação arbitrária e ruinosa dos pinhais mais modestos, e a generalização de uma nova táctica quanto às praças e comissões de jorna.
A tensão extrema do esforço, das privações e da rígida disciplina defensiva a que os clandestinos têm de sujeitar-se intensifica sentimentos e problemas, define dramas e caracteres em linhas incisivas e palpitantes. Há uma enorme necessidade de compensação afectiva que percorre os contactos internos e externos dos clandestinos e recorta com nitidez os seus sete ou oito principais perfis humanos, através daquilo que fazem, daquilo que dizem e, sobretudo, através daquilo que pouco a pouco transparece em pequenas surpresas de reação.
Daí a intensa afectividade de todo o livro. Nem todos os leitores a podem partilhar na sua expressão verbal, a de tantos diminutivos e formas carinhosas como “querido” e “amiguinho”, porque quem não tenha a experiência da fraternidade clandestina espontaneamente insere tais expressões num contexto folhetinesco completamente diverso. Apenas esta imensa compreensão, aliás inseparável da mais intransigente firmeza e dureza quanto ao essencial, explica o “milagre” daquela “máquina” que a polícia política anunciava de vez em quando ter desmantelado, mas que logo ressurgia das cinzas como a Fénix mitológica.

Óscar Lopes

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